quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Acerca da Concupiscência

Graça e paz da parte de Deus e da do Senhor Jesus Cristo, seja com
todos os amados e queridos irmãos.

Quero nesta feita falar um pouco sobre esta palavra um pouco
estranha talvez aos ouvidos de alguns, bem como, de tudo o que está
envolvido no termo concupiscência. Estaremos estudando sobre a mesma
numa ótica bíblica, para que melhor possamos descreve-la.
Primeiro quero esclarecer aos irmãos o que significa esse termo em
seus sinônimos: apetite sexual exagerado, desejo intenso de gozo
material, desejos e apetites diversos. Por trás deste termo diversas
idéias são denotadas como, por exemplo: sensualidade, volúpia,
libidinagem, devassidão, luxúria, lubricidade, pornografia,
libertinagem, corrupção, dentre outros.
Quero passear pela Bíblia Sagrada com os amados irmãos para que
venhamos descobrir biblicamente, numa ótica espiritual, um pouco
mais sobre este assunto que é de suma importância para todo cristão
que almeja viver uma vida santa, íntegra e pura na presença do
Senhor.
Vejamos alguns versículos que nos trarão maior esclarecimento sobre
o assunto!
"Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus
corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si";
(Romanos 1: 24).
Notamos por este texto que a concupiscência está de forma
intriseca, ligada ao coração do homem, pois é dele que procede todas
as saídas da vida como diz o livro de Provérbios. Não é em vão que o
coração humano precisa ser regenerado e purificado, pois é nele que
estão guardados toda sorte de males e pecados que afastam o homem de
Deus. Vemos, portanto neste texto que os homens foram entregues as
concupiscências de seu coração, por viverem para si e não para Deus,
visando sua própria glória e não a glória de Deus.
"Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe
obedecerdes em suas concupiscências"; (Romanos 6: 12).
No presente texto observamos outra faceta interessante da
concupiscência. Ela faz do homem um servo, a ponto de exigir
obediência ao homem natural, em estado de subserviência. Falo de
servo no seu sentido mais vil, ou seja, me refiro normalmente a um
escravo. Todos aqueles que se deixam dominar pelos desejos
pecaminosos da carne, conseqüentemente se tornam escravos de suas
concupiscências.

"Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não
conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a
concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás".(Romanos 7 : 7)
Foi a lei que trouxe a tona à realidade da concupiscência segundo
argumenta o apostolo Paulo. Quando na lei se dizia, por exemplo, não
cobiçarás, automaticamente estavam sendo expostas pela mesma as mais
vis concupiscências que nos dominam. Ou seja, segundo este
pensamento, posso dizer que a lei serviu para de alguma maneira
mostrar meus mais execráveis desejos.
"Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da
carne em suas concupiscências".(Romanos 13: 14)
Paulo continua dizendo que não devemos satisfazer as nossas
concupiscências. E assevera que o único meio de não termos cuidado
da carne em suas concupiscências é nos revestindo de Cristo Jesus o
nosso Senhor! Aleluia.
"Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência
da carne".(Gálatas 5 : 16)
Outro meio ainda segundo o apostolo é que vivamos debaixo do
senhorio de Deus por meio da atuação do Espírito Santo. Ou seja, se
vivermos e andarmos em Espírito, sempre ligados e conectados com os
céus, conseqüentemente não satisfaremos as concupiscências da carne.
"E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e
concupiscências".(Gálatas 5 : 24)
Já sabemos que estas concupiscências estão ligadas a nossa natureza
humana decaída denominada carne em diversos textos em apreço. O
único meio para crucificarmos as nossas concupiscências carnais é
tendo o selo de Deus em nossa vida assegurando que somos de Cristo.
O Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
"Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se
corrompe pelas concupiscências do engano"; (Efésios 4: 22)
Esse texto revela várias coisas a respeito das concupiscências.
Primeiramente que ele está estritamente ligado ao nosso passado
(quanto ao trato passado). Refere-se a nossa antiga maneira de
viver, ao estilo de vida pecaminoso que levávamos antes de
conhecermos a Cristo Jesus, quando estávamos revestidos do velho
homem. A concupiscência segundo este texto corrompe o velho homem.
Ou seja, ela tem o poder de corromper a natureza humana. Em termos
mais claros ela contamina, adultera, perverte, contagia e emporcalha
o ser humano.
"Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a
prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil
concupiscência, e a avareza, que é idolatria"; (Colossenses 3: 5).
Outra característica da concupiscência é que ela está ligada a
outros diversos pecados e é denominada vil.Algo vil é algo
execrável, indigno, ignóbil, baixo, abominável e detestável. Daí
podemos deduzir a natureza da concupiscência em si mesma.
"Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem
a Deus".(I Tessalonicenses 4: 5)
Não pode fazer parte da vida de pessoas que professam servir a Deus.
São os que não conhecem a Deus que vivem na paixão da
concupiscência. Eles são gentios irregenerados e por isso vivem para
satisfazer todos os seus apetites pecaminosos. Nós fomos resgatados
desta vil maneira de viver.
"Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em
muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na
perdição e ruína".(I Timóteo 6: 9)
Estamos diante de mais uma brilhante descrição do assunto. Este
verso fala que dois atributos da concupiscência são: o ser louco e
nocivo. Uma pessoa louca é uma pessoa alienada, demente, alucinada,
doida e insana. A bíblia descreve esta característica como tolice
chamando o homem que assim age de louco.Algo nocivo é literalmente
algo danoso, lesivo, maléfico, pernicioso, prejudicial e ruinoso.
Diante de todas estas definições podemos deduzir o quanto é maléfica
a concupiscência em suas conseqüências.
"Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências
mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e
piamente", (Tito 2: 12).
Já neste texto encontramos algo interessante a respeito do assunto
em apreço. Primeiro, a concupiscência esta vinculada à impiedade. O
termo piedade está ligado a idéia de crueldade e de desumanidade. E
outra coisa interessante que fica patente neste verso é que toda
concupiscência é literalmente mundana.
"Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria
concupiscência".(Tiago 1: 14)
Aqui descobrimos algo interessante sobre o assunto. Ela tenta, atrai
e engoda o homem. Vejamos estes três termos em seus respectivos
significados. Comecemos pela tentação. Ela literalmente instiga para
o mal e seduz o homem.Por isso ela tenta. O outro termo e atrai.Isso
quer dizer que ela acena, alicia e por fim seduz.Quanto ao engodo
diz respeito à forma de isca usada para enganar.Uma espécie de
chamariz e logro.
"Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o
pecado, sendo consumado, gera a morte".(Tiago 1: 15)
Ela precede o pecado. Poderíamos dizer que ela é a mãe do pecado uma
vez que ela dá a luz ao pecado, que por sua vez sendo consumado gera
a morte.
"Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências
que antes havia em vossa ignorância"; (I Pedro 1: 14).
A concupiscência por sua vez está ligada também a ignorância humana.
Ignorância significa literalmente ausência de conhecimento,
estupidez, falta de saber, prefigurado biblicamente pela ausência de
luz, ou seja, trevas. Por isso falamos sobre as trevas da ignorância
em antagonismo a luz do conhecimento da glória de Deus.
"Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos
abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma";
(I Pedro 2: 11).
Algo que é evidente mais vale a pena ressaltar é que as
concupiscências carnais sempre combatem contra a alma. É a conhecida
luta da carne contra o Espírito, e da vontade divina contra a
vontade carnal e humana.
"Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do
mundo".(I João 2: 16)
Vemos a concupiscência sob dois aspectos: Os desejos da natureza
humana decaída e a insatisfação da visão em ver o que é mal. São
obviamente coisas que não procedem do Pai, mas são provenientes
deste mundo pecaminoso.

"E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a
vontade de Deus permanece para sempre".(I João 2: 17)
Uma consideração que considero importante. A concupiscência como
todas as demais coisas desta vida, é passageira, efêmera e
transitória. Ela vai passar. Por isso não podemos viver uma vida
toda para satisfação de nossos desejos. Devemos pensar sim, nas
coisas que são do alto e não nas que são daqui.
"Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria escarnecedores
que andariam segundo as suas ímpias concupiscências".(Judas 1: 18)
Por fim descobrimos que toda a concupiscência está ligada a
impiedade. Coisas ímpias são literalmente coisas ignóbeis, vis e
desprezíveis, teologicamente falando, abomináveis.
Diante de todas estas passagens bíblicas devemos passar a fazer uma
instrospecção de nossas vidas, para que de fato reflitamos se temos
vivido para satisfazer os anelos do coração de Deus ou se estamos
vivendo para satisfazer os nossos desejos carnais. Se satisfizer
minhas tendências e concupiscências, automaticamente sou um
candidato a me colocar sob subserviência ao pecado que
lamentavelmente arruína e destrói.
Que tipo de vida cristã temos adotado? Quais são meus anelos e
aspirações internas? Tenho prazer na lei de Deus e nela medito de
dia e de noite? Se a resposta for afirmativa, então sou um bem
aventurado. Porém se for negativa, isso mostra que ainda estou
vivendo debaixo de concupiscências malditas que querem me afastar de
Deus. Compete a cada um examinar-se a si mesmo.
Que esta mensagem possa proporcionar-lhe a oportunidade de refletir
um pouco mais sobre a malignidade do pecado. Que a graça de nosso
Senhor Jesus nos livre de vivermos para nós mesmos. Amém!

Presbítero Alisson de Almeida

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