- Alisson de Almeida Graça e paz irmão Presb Marlucio Eloi. É bem provável que eu não consiga derimir sua duvida concernente a sua pergunta, por se tratar de um dos textos paulinos mais controversos e debatidos pelos estudiosos. Antes de expor meu ponto de vista no que concerne a pergunta que o senhor propôs em si, preciso dizer que a melhor maneira de entendermos um texto é avaliando o seu contexto. Uma lida nos capítulos 6 e 8 de Romanos seriam de grande valia para uma melhor compreensão ou pelo menos para uma compreensão isenta de graves equívocos. Toda a dissertação gira em torno da questão da Lei em relação ao homem.Alguns estudiosos afirmam que Paulo estava sendo acusado de atribuir a culpa do pecado a Lei, ou seja, a lei é a principal razão que pode levar um homem a pecar.Crendo desta forma , obviamente vamos deduzir que Paulo está trazendo esclarecimentos relacionados a essa acusação.Outro ponto divergente e que determinará uma ou outra compreensão desse texto , diz respeito a questão da autobiografia, ou seja, quem é o homem ao qual Paulo se refere? O texto seria autobiografico ou não? outra duvida que mata(rsrs) com relação a esse texto é : Paulo aqui estava descrevendo um homem regenerado ou um não irregenerado? O Dr. Martin Loyd-Jones por exemplo prefere não usar esse tipo de critério uma vez que segundo a sua propria avaliação , se optarmos por um homem regenerado , teremos serios problemas e se optarmos pelo irregenerado, não estaremos isentos dos mesmos. Ele conclui o seu pensamento dizendo: " O versículo 15 , podemos dizê-lo com certeza, diz respeito ao homem que chegou a ver o caráter espiritual da lei. E vê que deve cumprí-la. E , na verdade, a descrição de um homem que "quer" cumprir a lei, porém na prática vê que não pode. Ele vê que a lei é espiritual; admira-a, deseja cumpri-la, mas, ainda que tente quanto puder e quiser,não a consegue cumprir". Já F.F. Bruce prefere ser sucinto em sua conclusão do verso dizendo somente que "Paulo tem dentro de si uma testemunha independente, a voz da consciência, a qual, condenando seu fracasso na guarda da lei, dá testemunho de que a lei é santa, e justa e boa. Jhon Macarthur declara que " O pecado não mais controla o homem por inteiro, como ocorre com o incrédulo, mas mantém cativo os membros do cristão, ou o seu corpo carnal. O pecado contamina e frustra seus desejos interiores de obedecer a vontade de Deus". Ele conclui o verso 15 dizendo:"Paulo se via fazendo coisas que não aprovava". Diante de todos os varios expositores e pontos de vista com relação ao texto, vale a pena salientar dois pontos que considero pertinentes antes de expor o que penso sobre sua pergunta. Primeiro, não aceito a proposta de que "paulo fazia o que não aprovava" se refira a pratica de pecados deliberados. Segundo, penso que se examinarmos o texto de forma mais minuciosa , perceberemos que paulo está falando do pecado como condição e/ou estado. Respondendo a pergunta do senhor, proponho que façamos a distinção de pecado e pecados. Obviamente essa regra tem suas excessões, porém se faz em extremo proveitosa para o que de fato nos interessa aqui. Proponho que aqui pecado esteja relacionado a uma condição de pecado, ou seja, ao pecado original, e não a pratica de pecados deliberados. Concluindo, preciso dizer o porque que não aceito a cadeia de pensamento que tenta explicar a questão do que Paulo praticava que não aprovava como pecados deliberados, porque se assim o fosse, eu teria que considerar Paulo um demagogo, contraditório e não digno de crédito. Por outro lado , não é o caso de dizer aqui que Paulo nao cometia pecados. Obviamente , nem o proprio apostolo ostenta tal, porem não creio que ele aqui esteja usando esse argumento para tentar justificar a pratica do pecado voluntario e deliberado. Por outro lado discordo dessa proposta por ser a valvula de escape dos que procuram justificar a pratica de atos de pecado deliberado superestimando seus "pecados de estimação" tentando desta maneira, distorcer o pensamento paulino , para fundamentar a pratica desses "pecados de estimação". Por essa razão só posso dizer que Paulo certamente se referia a sensação que todo cristão devoto tem de que por mais que queiramos agradar a Deus, sempre nos vemos num combate enorme com os resquicios de nossa natureza decaída que aguarda sua redenção final. Que Deus abençoe meu amado.
domingo, 24 de novembro de 2013
Resposta sobre uma questão interessante proposta por um amigo no Facebook.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário