domingo, 24 de novembro de 2013

Resposta sobre uma questão interessante proposta por um amigo no Facebook.

  • Alisson de Almeida Graça e paz irmão Presb Marlucio Eloi. É bem provável que eu não consiga derimir sua duvida concernente a sua pergunta, por se tratar de um dos textos paulinos mais controversos e debatidos pelos estudiosos. Antes de expor meu ponto de vista no que concerne a pergunta que o senhor propôs em si, preciso dizer que a melhor maneira de entendermos um texto é avaliando o seu contexto. Uma lida nos capítulos 6 e 8 de Romanos seriam de grande valia para uma melhor compreensão ou pelo menos para uma compreensão isenta de graves equívocos. Toda a dissertação gira em torno da questão da Lei em relação ao homem.Alguns estudiosos afirmam que Paulo estava sendo acusado de atribuir a culpa do pecado a Lei, ou seja, a lei é a principal razão que pode levar um homem a pecar.Crendo desta forma , obviamente vamos deduzir que Paulo está trazendo esclarecimentos relacionados a essa acusação.Outro ponto divergente e que determinará uma ou outra compreensão desse texto , diz respeito a questão da autobiografia, ou seja, quem é o homem ao qual Paulo se refere? O texto seria autobiografico ou não? outra duvida que mata(rsrs) com relação a esse texto é : Paulo aqui estava descrevendo um homem regenerado ou um não irregenerado? O Dr. Martin Loyd-Jones por exemplo prefere não usar esse tipo de critério uma vez que segundo a sua propria avaliação , se optarmos por um homem regenerado , teremos serios problemas e se optarmos pelo irregenerado, não estaremos isentos dos mesmos. Ele conclui o seu pensamento dizendo: " O versículo 15 , podemos dizê-lo com certeza, diz respeito ao homem que chegou a ver o caráter espiritual da lei. E vê que deve cumprí-la. E , na verdade, a descrição de um homem que "quer" cumprir a lei, porém na prática vê que não pode. Ele vê que a lei é espiritual; admira-a, deseja cumpri-la, mas, ainda que tente quanto puder e quiser,não a consegue cumprir". Já F.F. Bruce prefere ser sucinto em sua conclusão do verso dizendo somente que "Paulo tem dentro de si uma testemunha independente, a voz da consciência, a qual, condenando seu fracasso na guarda da lei, dá testemunho de que a lei é santa, e justa e boa. Jhon Macarthur declara que " O pecado não mais controla o homem por inteiro, como ocorre com o incrédulo, mas mantém cativo os membros do cristão, ou o seu corpo carnal. O pecado contamina e frustra seus desejos interiores de obedecer a vontade de Deus". Ele conclui o verso 15 dizendo:"Paulo se via fazendo coisas que não aprovava". Diante de todos os varios expositores e pontos de vista com relação ao texto, vale a pena salientar dois pontos que considero pertinentes antes de expor o que penso sobre sua pergunta. Primeiro, não aceito a proposta de que "paulo fazia o que não aprovava" se refira a pratica de pecados deliberados. Segundo, penso que se examinarmos o texto de forma mais minuciosa , perceberemos que paulo está falando do pecado como condição e/ou estado. Respondendo a pergunta do senhor, proponho que façamos a distinção de pecado e pecados. Obviamente essa regra tem suas excessões, porém se faz em extremo proveitosa para o que de fato nos interessa aqui. Proponho que aqui pecado esteja relacionado a uma condição de pecado, ou seja, ao pecado original, e não a pratica de pecados deliberados. Concluindo, preciso dizer o porque que não aceito a cadeia de pensamento que tenta explicar a questão do que Paulo praticava que não aprovava como pecados deliberados, porque se assim o fosse, eu teria que considerar Paulo um demagogo, contraditório e não digno de crédito. Por outro lado , não é o caso de dizer aqui que Paulo nao cometia pecados. Obviamente , nem o proprio apostolo ostenta tal, porem não creio que ele aqui esteja usando esse argumento para tentar justificar a pratica do pecado voluntario e deliberado. Por outro lado discordo dessa proposta por ser a valvula de escape dos que procuram justificar a pratica de atos de pecado deliberado superestimando seus "pecados de estimação" tentando desta maneira, distorcer o pensamento paulino , para fundamentar a pratica desses "pecados de estimação". Por essa razão só posso dizer que Paulo certamente se referia a sensação que todo cristão devoto tem de que por mais que queiramos agradar a Deus, sempre nos vemos num combate enorme com os resquicios de nossa natureza decaída que aguarda sua redenção final. Que Deus abençoe meu amado.

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